Anti-colonialismo e “desenvolvimento”
CIDAC
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Momentos primeiros da construção
Nestes momentos primeiros da construção
Após o desbravar das matas dos horizontes
Não perguntes quem são os poetas,
vem comigo e repara bem
Nestes tempos pioneiros da produção
Os recém-chegados e os veteranos sejam muitos
A fazer com que os radis naveguem
Fecundem a terra
E que as ferramentas torneiem e afinem
A engrenagem do processo
Sob estes ventos soalheiros da revolução
Que as quedas não sejam definitivas
E que os desfalecimentos sejam vencidos
Pela certeza da vitória que amanhecerá
Nas frescuras das madrugadas.
José Carlos Schwarz
“Desenvolvimento”: conceito, ideia, teoria(s), estratégia(s), política(s), são muitas as aceções e concretizações desta palavra, presente no colonialismo, no período das independências dos países colonizados e no neocolonialismo, ou seja, é uma palavra omnipresente há mais de um século.
Na realidade, ela remonta, pelo que sabemos, ao século XIX, em estreita ligação com a emergente teoria da modernização, no continente Europeu. Bebendo do evolucionismo, aponta para processos de mudança linear que retiram as sociedades da sua forma tradicional, conduzindo-as a formas modernas de organização política, económica, dos costumes, etc. Esta teoria e, sobretudo, a dicotomia tradicional / moderno advêm não só de processos históricos e ideológicos no seio da Europa mas também da visão que os países colonizadores construíram dos povos que viviam nos territórios ocupados a partir do séc. XV.
Foi, assim, emergindo uma distinção do mundo entre os/as que estão “à frente” e os que estão “atrás” nesse processo de modernização ou de… desenvolvimento. E esse processo é universal e unívoco.
Esta visão linear da história é comum aos vários quadrantes ideológicos da época, distinguindo-os a noção de quem são os atores do desenvolvimento e o fim do mesmo. De forma muito generalizante, podemos dizer que para o quadrante liberal / capitalista o crescimento económico e a “mão invisível” dos mercados conduz à riqueza dos Estados. No quadrante marxista, cabe ao Estado assegurar a produção e também a distribuição da riqueza pela população.
A ideia de desenvolvimento ganhou grande projeção no pós-II Guerra Mundial, tanto a nível dos Estados como a nível inter-Estados. Da Europa reconstruída, e ainda colonial, e dos Estados Unidos da América, bem como das novas organizações internacionais criadas após o período bélico, surge uma nova forma de marcar a dicotomia entre “tradicionais” e “modernos”: “desenvolvidos” e “subdesenvolvidos”.
Esta ideia de desenvolvimento assenta, acima de tudo, na economia e no crescimento económico como via única para o “progresso”, que é mensurado através do PIB per capita: isto é, dividindo a riqueza da nação pelo número de pessoas encontra-se o estado de avanço da mesma, uma média que encobre as formas de distribuição, ou não, dessa riqueza. Desenvolvimento, crescimento, progresso são palavras que foram ganhando, assim, um certo grau de sinonímia.
Com os graduais processos de descolonização acentua-se a dicotomia e a ideia que os países “subdesenvolvidos” devem seguir os passos dos “desenvolvidos”, um processo de imitação (ou de tentar apanhar os da frente) que os levará ao bom rumo. O “subdesenvolvimento” é encarado como um problema, bem como a coexistência, em muitos destes países, de caraterísticas que tanto podem ser de sociedades modernas como tradicionais. Estes países necessitam, assim, de ajuda externa para fazerem a transição, ou seja, de uma espécie de tutela que os oriente nesse caminho.
No entanto, esses países tinham, há muito, desde o período colonial, uma função na economia mundial: eram fornecedores de matérias-primas e de mão-de-obra escrava. A chamada Divisão Internacional do Trabalho correspondeu aos processos históricos de atribuição – não necessariamente desejada – a países e regiões determinada especialização nos processos produtivos mundiais, por exemplo: produzir e exportar cacau (matéria-prima) ou produzir e exportar chocolate (matéria transformada). No entanto, estes processos não têm igual valor nas trocas mundiais: 1 kg de cacau é muito mais barato do que 1 kg de chocolate… Por isso, se entende que o desenvolvimento de um Estado deve passar pela sua industrialização. Nesta visão de modernização, a agricultura e os/as camponeses foram, de forma geral, vistos/as como entraves aos processos de desenvolvimento. Logo, o meio rural foi também taxado como ‘atrasado’. Um país desenvolvido tem que passar pelo processo de urbanização e pela transformação dos/das camponeses/as em trabalhadores/as assalariados/as na indústria ou nos serviços.
As lutas de libertação, dos anos 50, 60 e 70, na sua grande diversidade, ora colocaram o desenvolvimento como desígnio da independência, ora o criticaram como imperialismo cultural do Ocidente. Mas, fundamentalmente, procuraram conceber visões distintas da aceção dominante de ‘desenvolvimento’.
No mundo bipolar da Guerra Fria, entre o dito “Primeiro Mundo” capitalista e o “Segundo Mundo” comunista, o “Terceiro Mundo” (noção pejorativa, mas que ganhou um cunho político reivindicativo por parte desses países que a usavam como modo de afirmação) foi-se posicionando, tanto quanto possível, fora desse xadrez (por exemplo, o Movimento dos Não-Alinhados) e/ou criando teorias e desenhando trajetórias alternativas às visões de desenvolvimento capitalista ou comunista.
Vamos dar uma breve panorâmica sobre algumas dessas visões, de forma não exaustiva e tendo em mente que neste exercício de síntese não conseguimos trazer toda a complexidade que cada uma abraça.
Nos anos 40-50, deu-se a confluência do pensamento e análise do sistema mundial de economistas de vários pontos do mundo, desde Raul Prebish e Celso Furtado, da Argentina e Brasil, respectivamente, passando por Samir Amin, do Egipto, até, alguns anos mais tarde, Gunder Frank, na Alemanha, que coincidam em alguns pontos: o capitalismo e o colonialismo são indutores do “subdesenvolvimento”.
Detalhadamente, isso quer dizer que:
– a economia de um grupo de países é condicionada pelo desenvolvimento e expansão de outros
– alguns países só se podem expandir subordinadamente à expansão dos dominantes
– o processo de acumulação capitalista acontece apenas em algumas partes do mundo
– o desenvolvimento e o sub-desenvolvimento são fenómenos de um único processo global: o capitalismo.
Uma das principais razões para tal, do ponto de vista económico, é que o preço dos produtos primários (algodão, cacau, minérios, etc.) não tem o mesmo valor que os produtos transformados. E, no mundo, existem países – na sua maioria países que foram colonizados por países ocidentais – que são produtores e exportadores apenas de produtos primários. Enquanto que outros se especializaram na produção de produtos manufaturados, criando monopólios dos mesmos, por exemplo, das tecnologias.
O valor que resulta da transformação dos produtos primários fica, assim, em alguns países, enquanto que outros se vêm desprovidos dessa possibilidade. Há como que uma transferência de valor de países ou regiões para outras regiões, que acumulam e monopolizam capital financeiro.
E, se uns exportam apenas produtos primários (mais baratos) e importam produtos transformados (mais caros) ficarão sempre a perder, enquanto que os que importam produtos primários e exportam produtos transformados ficam sempre a ganhar, o que podemos ver como assimetrias e injustiças no comércio internacional.
Esta leitura do mundo ficou conhecida como a “teoria da dependência” e cruzou-se com a teoria dos sistemas-mundo, que faz corresponder aos países produtores de matérias-primas a noção de “periferia” e aos produtores de produtos transformados, a de “centro”. A periferia está condenada a uma condição de subordinação ao centro e é despojada dos seus recursos naturais. Algo que, já no século XIX, o indiano Dadabhai Naoroji enunciara na sua “drain theory” (que se poderá traduzir livremente como “teoria da drenagem de recursos”).
O que fazer então?
• “Desconectar” (um termo de Samir Amin) do sistema mundial.
• Definir internamente os preços dos produtos primários, de acordo com o valor do trabalho, por exemplo, e não seguir os preços das bolsas ou criados pelos países compradores.
• Substituir as importações de matérias transformadas (tecnologias, por exemplo) por produção interna, o que implica industrializar os países.
• Basear-se nos seus meios, diminuindo relações de troca com outros países, ou seja, protecionismo.
• Ter intervenção estatal para planear e intervir na economia.
• Dar atenção à equidade sócioeconómica, criando mecanismos de redistribuição económica, ao pleno emprego e à educação como fatores de “desenvolvimento”.
Alguns destes aspectos alimentaram a política de duas comissões regionais da ONU, criadas no final da década de 40, a Comissão Económica para a América Latina e a para a Ásia e Pacífico, mas foi principalmente a primeira que mais a absorveu, no que ficou conhecido como a “Doutrina CEPAL”.
O desenvolvimento “autóctone”, “autocentrado”, ou em inglês “self reliance”, na convergência entre a teoria da dependência e as visões específicas de cada país e dos movimentos de libertação, foi central no programa político dos “Socialismos Africanos”. Imbricados na geopolítica da Guerra Fria, muitos países ou, melhor dizendo, muitos líderes políticos foram construindo a sua visão do pós-independência procurando autonomia em relação aos dois blocos em disputa: o bloco ocidental e o bloco soviético, e às suas políticas de influência e expansão (que podemos chamar de imperialismo).
O desenvolvimento autocentrado evoca a ideia de um estado natural anterior ao período colonial, cujos traços poderão ser retomados para construir a autonomia e a independência económica e social. À semelhança das propostas da teoria da dependência, as soluções preconizadas são a redução dos vínculos dentro da divisão internacional do trabalho, através da aposta nos fatores internos e nas condições locais (recursos naturais, produção agrícola) para produção de bens que satisfaçam as necessidades fundamentais das populações, e não vocacionada para a exportação. Do ponto de vista da organização social e política, assenta na participação dessas mesmas populações.
Amílcar Cabral (líder do movimento de libertação de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, o PAIGC), Patrice Lumumba (líder anticolonial quinxassa-congolês e primeiro-ministro da República do Congo), Kwame Nkrumah (primeiro-ministro e presidente do Gana), Sekou Touré (presidente da Guiné Conacri), Julius Nyerere (primeiro-ministro da ex-Tanganica e presidente da Tanzânia), bebendo das ideias de pensadores do anticolonialismo, da negritude e do panafricanismo como Franz Fanon (filósofo e psiquiatra oriundo da Martinica), W.E.B. Du Bois (sociólogo, historiador, ativista norte-americano) e Aimé Cesaire (poeta e dramaturgo, da Martinica), foram alguns desses políticos. Cingimo-nos, aqui, a algumas das suas ideias, conscientes que a prática política de alguns deles ficou marcada por derivas autoritárias, o que os distanciou dos valores humanistas que, em princípio, defendiam.
Na América do Sul e na América Central, surgiram, em diferentes épocas, visões de “desenvolvimento” que defendiam que o futuro dos países deveria ser pensado e construído a partir do estudo das raízes e das estruturas sociais, económicas e culturais de cada realidade, em particular das estruturas anteriores à colonização. José Carlos Mariategui, no Perù, nos anos 20; o grupo New World, na Jamaica, nos anos 60; ao Etnodesenvolvimento do mexicano Guillermo Bonfil, já nos anos 80, chamam a atenção para as comunidades indígenas enquanto atores dos processos do seu desenvolvimento.
Os socialismos africanos preconizavam, na sua diversidade, um modelo de desenvolvimento que buscava a autonomia económica, centrada nos territórios de cada país, organizada em cooperativas, passando pela reforma agrária e baseada nos valores das sociedades africanas. A singularidade dos socialismos africanos era precisamente perceberem valores como a redistribuição, a ajuda mútua, o comunitarismo como incrustados nas culturas africanas.
A nível internacional, pautavam-se pelo não-alinhamento, pelo pan-africanismo e pela integração e cooperação regional. O pan-africanismo, enquanto unidade e solidariedade entre os países africanos e as comunidades na diáspora, seria essencial para a libertação de todos os países e para, em conjunto, ultrapassarem os desafios do pós-independência.
Julius Nyerere, na Tanzânia, trouxe a ideia de “ujamaa” (família alargada, em swahili) como forma comunitária – organizada em aldeias – de organização social e económica a que, em princípio, as populações adeririam voluntariamente. Esta forma de organização pré-existia ao período colonial, mas fora alterada precisamente pela colonização e seria necessário reconstruí-la. As aldeias organizavam-se autonomamente, tomando decisões por consenso. A economia foi igualmente reorganizada, valorizando a produção agrícola.
Também para Kwame Nkrumah, no Gana, as culturas africanas tinham inerentemente um espírito humanista e de comunitarismo. Baseado nesses valores os povos colonizados poderiam conseguir uma descolonização integral. No plano económico, no pós-independência, o Gana implementou políticas de industrialização e de controle estatal das empresas, impondo restrições às empresas privadas, procurou construir infra-estruturas como barragens, no sentido da autossuficiência económica e que possibilitassem a redistribuição da riqueza pela população, nomeadamente através de políticas sociais e educativas.
Amílcar Cabral desenvolveu o seu pensamento sobre o futuro da Guiné-Bissau e Cabo Verde no quadro da guerra de libertação. Os aspectos económicos, embora presentes, não são a tónica do seu pensamento, mas, por outro lado, a organização social e política que o PAIGC forjou nesse mesmo quadro (como os comités de tabancas), prefigurava uma forma de organização económica.
Assente no conhecimento da realidade conjuntural do povo guineense e cabo-verdiano, não defendia que a construção de uma nova sociedade passasse pelo regresso ao passado pré-colonial, mas via na agricultura a trave-mestra da economia dos dois países que poderia, numa fase posterior, alavancar a industrialização.
Diversificar e intensificar a produção agrícola, respeitando os equilíbrios ecológicos; tornando a terra num bem público; promover o artesanato e a pequena indústria; estabilizar o mercado nacional; combater a emigração da população; ter o Estado enquanto ator central do processo de desenvolvimento, através do controle das forças produtivas; desenvolver trocas comerciais com outros países eram alguns dos pontos principais do seu pensamento económico. Mas privilegiava, sobretudo, os efeitos sociais do desenvolvimento em detrimento dos níveis de progresso económico, numa visão centrada no ser humano e na justiça social.
A ideia de desenvolvimento seria uma síntese crítica da cultura do povo, da ciência e de aspectos do período colonial que pudessem servir a nova nação – como os impostos – afirmando que cada sociedade deve encontrar o seu próprio caminho para os problemas sociais e económicos que enfrenta.
“Devemos conhecer realmente as condições da nossa terra na Guiné e em Cabo Verde, para podermos fazer planos concretos para o desenvolvimento e não caminharmos como quem entra num quarto escuro, tropeçando em tudo, derrubando móveis, batendo com a cabeça na parede, sem saber o que está a fazer. Isso é muito importante para a nossa vitória amanhã, no plano da resistência económica, camaradas. Temos de evitar, desde já, mas também amanhã, toda a mania dos planos grandiosos, fazendo aquilo que é possível em cada fase da nossa vida.”
Cabral, Amílcar, Análise de alguns tipos de resistência. Outros Modos, p. 59
Sekou Toure, na Guiné Conacri; Modibo Keita, no Mali; Kenneth Kuanda, na Zâmbia foram também exponentes dos Socialismos africanos. Do ponto de vista académico, economistas como o ganês Tetteh Kofi viam a centralidade na cultura e nas formas económicas africanas ancestrais como o modelo de desenvolvimento a seguir (Kofi, por exemplo, criou a abordagem “Abibirim”, que quer dizer “dentro de África”).
Em 1955, 29 países asiáticos e africanos reuniram-se em Bandung (Indonésia) com o objetivo de criarem uma força política equidistante dos dois blocos da Guerra Fria. O “Terceiro Mundo” ganha aqui uma conotação de afirmação política e de distanciamento ideológico e geopolítico, em particular, dos Estados Unidos e da União Soviética. Como? Criando mecanismos de cooperação política, económica e cultural entre os dois continentes, independentes da influência dos blocos.
Bandung foi um dos marcos do nascimento do Movimento dos Não-Alinhados. Instituído em 1961 – e existente até hoje – o Movimento foi construído através de cimeiras, em que se foram sedimentando a cooperação, que hoje chamamos de “Sul-Sul”, e definindo posicionamentos políticos conjuntos.
Nos anos 70, em particular nas conferências que tiveram lugar em Lusaka, na Zâmbia (1970) e em Argel, na Argélia (1973) a economia assumiu um lugar de relevo no seio do Movimento. Da primeira, saíram princípios comuns a serem implementados pelos Estados, como a liberdade de escolha de mercados; a prática de preços justos; a adequação às realidades locais; aceitar ajuda externa apenas na forma de transferências financeiras e não no envio de quadros.
Paralelamente, ao Movimento dos Não-Alinhados realizou-se em Cuba, em 1966, a Conferência Tricontinental. A busca por um movimento concertado de libertação colonial e imperialista alargava-se ao continente americano. Um dos pontos principais desta conferência foi o… desenvolvimento dos países. Reforma agrária, planeamento estatal, foram algumas das medidas propostas para atingir a igualdade e a justiça social. Mas foi, sobretudo, a cooperação entre os países de África, Ásia e América (Central e do Sul) baseada nos princípios de igualdade e do interesse mútuo, onde nenhum país faria valer os seus interesses sobre os outros, que sobressaiu desta conferência. O fortalecimento das ligações económicas entre os países e a sua ação coletiva eram formas de resistência às duas hegemonias, mas em particular, à hegemonia ocidental.
Devido a fatores internos e externos, muitos dos planos das classes políticas dos países, no pós-independência, não conduziram aos objetivos e aos valores idealizados. Pouco a pouco foram submetidos às chamadas políticas de “ajustamento estrutural” – que implicavam cortes significativos nas políticas sociais, por exemplo – levadas a cabo pelos organismos financeiros internacionais e regionais, como o Banco Mundial ou o Banco Africano de Desenvolvimento, em nome do… desenvolvimento. A pobreza, a fome foram e continuam nos discursos sobre África, Ásia e América, como fenómenos aos quais parecem condenadas.
Também na Europa se ouviam vozes críticas à noção e à prática do “desenvolvimentismo”. André Gunder Frank, crítico, por exemplo, das listas de indicadores de desenvolvimento, que se baseavam (e baseiam) nos valores e na visão de sociedade europeia. Ou o italiano Giovanni Arrighi que cunhou a expressão “ilusão desenvolvimentista”, em que criticava a aposta na industrialização como único meio dos países “subdesenvolvidos” chegarem ao desenvolvimento.
O desenvolvimento continuou a ser colocado em questão, criticado, dissecado, surgindo, a partir dos anos 80 e 90, muitas ideias alternativas, como o “pós-desenvolvimento”. Algumas delas assentam nas mesmas críticas que políticos, académicos, movimentos faziam nas décadas anteriores: o desenvolvimento é uma ideia eurocêntrica, que é preciso superar, recorrendo às visões específicas que os vários povos, na sua complexidade, têm para o bem-estar das suas comunidades.
Links úteis
Bibliografia
Akyeampong, Emmanuel, African Socialism or the search for an indigenous model of economic development? African economic history working paper series No. 36/2017
Cabral, Amílcar, Análise de algumas formas de resistência. Edição revista e comentada. Outro modo. Odivelas, 2020.
Hettne, Bjorn, Le teorie dello sviluppo, ASAL, 1997
Maluf, Renato, Atribuindo sentido(s) à noção de desenvolvimento econômico, Estudos Sociedade e Agricultura, 15, outubro 2000: 53-86
Sarr, Felwine, Development in Africa: “We need to review the entire terminology”, iD4D Sustainable Development News, 11 outubro 2016