Cooperativismo e autogestão

Um dos princípios do cooperativismo é o controle democrático pelos sócios e sócias das cooperativas. Outro, é a autonomia. Estes dois princípios têm uma historicidade, vêm da procura dos e das trabalhadoras, operários/as, camponeses/as, de serem livres e experimentarem relações sociais, económicas e políticas igualitárias, justas e horizontais e em que todos e todas são responsáveis pelo rumo da organização em que participam. Podemos chamar a isso autogestão.

Decidir em conjunto, procurar soluções justas e solidárias, seja no âmbito da produção, da comercialização de bens e serviços, é uma das formas democráticas mais radicais (radicais no sentido de raiz da democracia) e não é apanágio apenas das cooperativas. Muitas organizações, associações, coletivos, vão além do seu estatuto formal e põem em prática mecanismos de autogestão. Nenhum deles está escrito na pedra. Desde a forma de tomar decisões (consenso, unanimidade, …), até ao sobre o quê é que se toma decisões coletivas (o que vamos produzir, os salários, …) tudo é um campo aberto, regra geral, em construção e debate constantes.

Pedimos a quatro organizações, três em Portugal (Capuchinhas, Fumaça e cooperativa Mula) e uma no Estado Espanhol (El Rincón Lento), que nos falassem precisamente sobre como funciona a sua democracia interna, em interligação com as atividades que desenvolvem e os valores que defendem. Vamos ouvi-las?